Bem vindos(as) ao nosso Blog!

Mais um desafio está lançado nesta nova etapa de nossa formação: o Blog.

O presente blog foi criado e idealizado pelas alunas Amanda Rocha e Carolina Ducatti. Unindo nossos conhecimentos com reflexão e comprometimento, nosso objetivo é sistematizar toda complexidade de nosso objeto de estudo. Os textos são elaborados por nós a partir de diálogos e troca de experiências, exceto o que tiver referências.

Visando maior integração entre os conteúdos das disciplinas decidimos que cada postagem representará um tema, e nelas iremos mesclar os assuntos propostos em aula.

Apreciem nossos textos, reflitam e comentem!

domingo, 13 de dezembro de 2009

As Crianças que a Escola Não Vê


O presente texto faz uma análise com o objetivo contextualizar um curta do filme “Crianças Invisíveis” (Itália – 2005) com o texto trabalhado em sala de aula “Freud e a Educação - O Mestre do Impossível”. O filme trata-se de sete curtas dirigidos por cineastas de sete países que tratam da infância, com crianças marginalizadas em diferentes níveis. O curta “Blanca” trata da história de uma menina que vive com os pais portadores de HIV e viciados em drogas. Trabalharemos sob uma perspectiva hipotética de como se desenvolveria a personagem Blanca, na escola, num ambiente de bulling, vivendo no seu contexto familiar.

Um dos curtas apresentados no filme Crianças Invisíveis exibe a vida de uma menina que possui pais viciados e portadores do vírus HIV. A personagem Blanca vivencia no seu contexto familiar experiências negativas com as quais a escola, muitas vezes, não está preparada para lidar. Porém, neste momento a expectativa de um jovem ou criança em relação à escola seria exatamente o contrário, pois ele busca na escola uma mediação. Por este motivo iria extravasar suas inquietações na escola e para a figura do seu professor transferir suas experiências vividas primitivamente com os pais.
As inquietações dos alunos ocorrem na escola porque é nela em que, de alguma forma, consideram-se protegidos/as e seguros/as. Tanto que quando essa crença na proteção é rompida, o caminho é abandonar a escola (Shirlei Rezende Sales do Espírito Santo – 2000).
Segundo Freud, no epílogo de Análise fragmentária de uma histeria, escrito em 1901, a transferência é uma manifestação inconsciente, reedições dos impulsos e fantasias despertadas e tornadas conscientes, como se uma série de acontecimentos psíquicos tomasse vida novamente, numa relação atual com a pessoa objeto dessa transferência.
Portanto Blanca diante de todos os acontecimentos de sua vida, poderia tornar-se uma criança revoltada ou agir com resiliência e respeito ao próprio corpo e à própria saúde, fazendo seu tratamento e procurar qualidade de vida dentro de sua condição,ao contrário dos pais que sabotavam a própria saúde.
A partir do momento da descoberta e da ruptura do pensamento de seus pais como exemplos perfeitos, vendo-se amedontrada pela possibilidade de morrer em decorrência da AIDS, Blanca suscita toda a família num momento desesperado em que pedia ajuda para não morrer,unindo todos na busca de um tratamento adequado para ela. Ali, uniram-se na mesma causa, a do afeto, que resgatava aquela menina de uma vida que poderia ter o mesmo destino da vida dos seus pais.

Concluímos então a importância de um ambiente familiar saudável na construção da personalidade da infância. Por todo o contexto familiar que passava, confirmar que também era portadora de HIV e que seus pais se drogavam como diziam no bairro, levou Blanca a um desespero de não querer morrer, de decepção com aqueles pais que deveriam ser seus exemplos. Foi nesse momento que seus pais se alertaram para a importância da proteção à vida desta criança. Apesar de eles sabotarem a própria saúde utilizando drogas e não fazendo o tratamento para o HIV, a saúde de Blanca naquele momento mobilizaria toda a família, na busca de um tratamento. É o momento mais forte de afeto e de lutar daquela família.

* Texto retirado do trabalho construído por Amanda Rocha e Carolina Ducatti

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