Bem vindos(as) ao nosso Blog!

Mais um desafio está lançado nesta nova etapa de nossa formação: o Blog.

O presente blog foi criado e idealizado pelas alunas Amanda Rocha e Carolina Ducatti. Unindo nossos conhecimentos com reflexão e comprometimento, nosso objetivo é sistematizar toda complexidade de nosso objeto de estudo. Os textos são elaborados por nós a partir de diálogos e troca de experiências, exceto o que tiver referências.

Visando maior integração entre os conteúdos das disciplinas decidimos que cada postagem representará um tema, e nelas iremos mesclar os assuntos propostos em aula.

Apreciem nossos textos, reflitam e comentem!

domingo, 13 de dezembro de 2009

As Crianças que a Escola Não Vê


O presente texto faz uma análise com o objetivo contextualizar um curta do filme “Crianças Invisíveis” (Itália – 2005) com o texto trabalhado em sala de aula “Freud e a Educação - O Mestre do Impossível”. O filme trata-se de sete curtas dirigidos por cineastas de sete países que tratam da infância, com crianças marginalizadas em diferentes níveis. O curta “Blanca” trata da história de uma menina que vive com os pais portadores de HIV e viciados em drogas. Trabalharemos sob uma perspectiva hipotética de como se desenvolveria a personagem Blanca, na escola, num ambiente de bulling, vivendo no seu contexto familiar.

Um dos curtas apresentados no filme Crianças Invisíveis exibe a vida de uma menina que possui pais viciados e portadores do vírus HIV. A personagem Blanca vivencia no seu contexto familiar experiências negativas com as quais a escola, muitas vezes, não está preparada para lidar. Porém, neste momento a expectativa de um jovem ou criança em relação à escola seria exatamente o contrário, pois ele busca na escola uma mediação. Por este motivo iria extravasar suas inquietações na escola e para a figura do seu professor transferir suas experiências vividas primitivamente com os pais.
As inquietações dos alunos ocorrem na escola porque é nela em que, de alguma forma, consideram-se protegidos/as e seguros/as. Tanto que quando essa crença na proteção é rompida, o caminho é abandonar a escola (Shirlei Rezende Sales do Espírito Santo – 2000).
Segundo Freud, no epílogo de Análise fragmentária de uma histeria, escrito em 1901, a transferência é uma manifestação inconsciente, reedições dos impulsos e fantasias despertadas e tornadas conscientes, como se uma série de acontecimentos psíquicos tomasse vida novamente, numa relação atual com a pessoa objeto dessa transferência.
Portanto Blanca diante de todos os acontecimentos de sua vida, poderia tornar-se uma criança revoltada ou agir com resiliência e respeito ao próprio corpo e à própria saúde, fazendo seu tratamento e procurar qualidade de vida dentro de sua condição,ao contrário dos pais que sabotavam a própria saúde.
A partir do momento da descoberta e da ruptura do pensamento de seus pais como exemplos perfeitos, vendo-se amedontrada pela possibilidade de morrer em decorrência da AIDS, Blanca suscita toda a família num momento desesperado em que pedia ajuda para não morrer,unindo todos na busca de um tratamento adequado para ela. Ali, uniram-se na mesma causa, a do afeto, que resgatava aquela menina de uma vida que poderia ter o mesmo destino da vida dos seus pais.

Concluímos então a importância de um ambiente familiar saudável na construção da personalidade da infância. Por todo o contexto familiar que passava, confirmar que também era portadora de HIV e que seus pais se drogavam como diziam no bairro, levou Blanca a um desespero de não querer morrer, de decepção com aqueles pais que deveriam ser seus exemplos. Foi nesse momento que seus pais se alertaram para a importância da proteção à vida desta criança. Apesar de eles sabotarem a própria saúde utilizando drogas e não fazendo o tratamento para o HIV, a saúde de Blanca naquele momento mobilizaria toda a família, na busca de um tratamento. É o momento mais forte de afeto e de lutar daquela família.

* Texto retirado do trabalho construído por Amanda Rocha e Carolina Ducatti

O Lúdico como Instrumento Pedagógico

LUDICIDADE COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO Profª. Esp. Anne Almeida¹

O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo".Se se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo.
A evolução semântica da palavra "lúdico", entretanto, não parou apenas nas suas origens e acompanhou as pesquisas de Psicomotricidade. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo.
Passando a necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente. O lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana. Caracterizando-se por ser espontâneo funcional e satisfatório.
Sendo funcional: ele não deve ser confundido com o mero repetitivo, com a monotonia do comportamento cíclico, aparentemente sem alvo ou objetivo. Nem desperdiça movimento: ele visa produzir o máximo, com o mínimo de dispêndio de energia.
Segundo Luckesi são aquelas atividades que propiciam uma experiência de plenitude, em que nos envolvemos por inteiro, estando flexíveis e saudáveis. Para Santin, são ações vividas e sentidas, não definíveis por palavras, mas compreendidas pela fruição, povoadas pela fantasia, pela imaginação e pelos sonhos que se articulam como teias urdidas com materiais simbólicos. Assim elas não são encontradas nos prazeres estereotipados, no que é dado pronto, pois, estes não possuem a marca da singularidade do sujeito que as vivencia.
Na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade, o que dela resulta, mas a própria ação, o momento vivido. Possibilita a quem a vivencia, momentos de encontro consigo e com o outro, momentos de fantasia e de realidade, de ressignificação e percepção, momentos de autoconhecimento e conhecimento do outro, de cuidar de si e olhar para o outro, momentos de vida.

¹ Texto trabalhado em aula com a Professora Antonieta

Hora de planejar...

Planos de Aula:

• Amanda Rocha

Objetivo Geral: Abordar a questão da educação ambiental.

Objetivo (s) Conceitual (ais): Desenvolver a consciência ambiental.

Obejtivo (s) Procedimental (ais): recolher em casa e na hora do lanche cascas de frutas, latinhas, garrafas pet e caixas de leites.

Objetivo (s) Atitudinal (ais): Valorização da vida no contato com o meio ambiente; estimular a mudança de comportamento no cuidado com a natureza.

Conteúdo: Educação Ambiental; Sustentabilidade; Coleta seletiva de lixo.

Procedimentos e Recursos: Montagem de uma caixa de adubo natural (húmus) com o lixo orgânico a ser utilizado na horta da escola.

Avaliação: Discussão sobre as aprendizagens na utilização do adubo orgânico na horta da escola, a importância do uso dos recursos da natureza.

• Carolina Ducatti

Objetivo Geral: Reconhecer diferentes espécies de animais, seus habitats e sua importância em relação ao equilíbrio do meio ambiente.

Objetivo (s) Conceitual (ais): Animais; Ecossistema.

Obejtivo (s) Procedimental (ais): Situar os animais em seus respectivos habitats

Objetivo (s) Atitudinal (ais): Compreender a importância das diferentes espécies no ecossistema; Respeitar a natureza e os seres vivos.

Conteúdo: Animais; Meio Ambiente.

Procedimentos e Recursos: Visita ao zoológico; Vídeos; Confecção de maquete com diferentes habitats; Confecção de animais com sucata.

Avaliação:
Observação diária, participação e trabalhos em sala de aula.

Ação e Mediação

Conceito: Mediação

Segundo Masetto (2000), mediação pedagógica é a atitude, o comportamento do professor que se coloca como um incentivador ou motivador da aprendizagem, como uma ponte rolante entre o aprendiz e a aprendizagem, destacando o diálogo, a troca de experiências, o debate e a proposição de situações.
Para Freire (2002, p. 134), ensinar não é transferir conteúdo a ninguém, assim como aprender não é memorizar o perfil do conteúdo transferido no discurso vertical do professor. Ensinar e aprender têm que ser com o esforço metodicamente crítico do professor de desvelar a compreensão de algo e com o empenho igualmente crítico do aluno de ir entrando, como sujeito de aprendizagem, no processo de desvelamento que o professor ou professora deve deflagrar.
Segundo Perrenoud (2000), o educador é responsável por organizar e dirigir situações de aprendizagem, abandonando, assim, a velha fórmula de exercícios repetitivos, sem criatividade nem desafio para o educando.

Referências Bibliográficas:
  • FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessário à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
  • MASETTO, M. T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: MORAN, J. M.; MASETTO M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus, 2000. p. 133-173.
  • PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

Mediação Pedagógica e a aprendizagem

O professor mediador estimula, instiga seua alunos, problematiza os conceitos com eles, age numa troca, tanto recebe quanto dá. Neste sentido em que a aprendizagem foi construída também pela análise problematizadora do próprio aluno, o conhecimento jamais será esquecido, pois sua aprendizagem foi incentivada considerando também sua bagagem de vida. Um professor mediador que numa troca dialógica com seu aluno constrói sua aprendizagem e o torna parte disso, é aberto a dúvidas, críticas e demais situações possíveis, faz com que seu aluno seja um sujeito problematizador da realidade e atuante na sociedade.
*Texto construído por Amanda Rocha a partir das respostas de nossas provas de Didática e Mediação, do dia 15 de outubro.

Currículo e ideologia

Segundo Althusser, a escola é o aparelho ideológico do Estado, disseminador e produtor da ideologia dominante através dos conteúdos. Para Bourdieu e Passeron,que desenvolvem o conceito de "capital cultural" e "reprodução", a cultura que tem valor e prestígio é a das classes dominantes,na medida em que obtê-la significa possuir vantagens materiais e simbólicas. Dentro do processo de domínio simbólico e/ou material de determinada cultura,observa-se a importância dos espaços escolares na construção de um currículo de cunho crítico,político e sem partidarismos,para a formação política e emancipatória de um sujeito que o será tambem em sociedade,atuante defensor de seus direitos e transformador no âmbito profissional e social,um sujeito capaz de enfrentar o comodismo e agir com voz e pulso firme por si e pelo que acredita. Alguém com crenças ainda que utópicas,que mude a estratégia,mas não mude suas convicções como o vento muda de direção,que tenha sabedoria e resiliência,para saber discernir entre a hora do diálogo e a hora do enfrentamento.
*Texto de Amanda Rocha

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Resenhas

Quem Quer Ser Um Milionário

Boyle, Danny. Slumdog Milllionaire. Filme EUA/Inglaterra,2008. Drama 120 min.
Co-produção anglo Americana.
Jamal K. Malik (Dev Patel) é um jovem que trabalha servindo chá em uma empresa de telemarketing. Sua infância foi difícil, tendo que fugir da miséria e violência para conseguir chegar ao emprego atual. Um dia ele se inscreve no popular programa de TV "Quem Quer Ser um Milionário?". Inicialmente desacreditado, ele encontra em fatos de sua vida as respostas das perguntas feitas.O questionamento que faço desse filme é sobre a importância do conhecimento formal e também do informal.O conhecimento formal,também chamado acadêmico,é mais valorizado por possuir caráter científico o que em tese, o torna irrefutável.O conhecimento informal,às vezes posto em dúvida por não ter uma fonte palpável que o respalde,é chamado de senso-comum,é adquirido nas vivências de cada um,na história de vida,no conhecimento empírico e não pode ser desprezado,pois vem carregado de uma bagagem riquíssima que o valor das experiências trazem.Como Jamal,um rapaz pobre das favelas de Mumbai poderia ser capaz de responder tantas perguntas sem nunca ter tido acesso ao ensino formal?Pesava também o fato de a India ter em sua cultura o conflito segregador da sua estrutura religiosa-social de castas imutáveis,onde pobre morre pobre e rico morre rico,este rapaz se atreveu não só a demonstrar ter conhecimentos,mas também cometeu o insulto de tentar ser um novo rico,mudar sua condição,ganhando todos aqueles milhões do jogo.Foi acusado de trapaceiro,teve que contar todas as aventuras e tragédias de sua vida para provar sua inocência,desmentindo que só aprendemos na academia.Jamal aprendeu no percurso da sua vida muito mais do que seremos capazes de aprender em anos de academia.Isso é o legado de seu conhecimento informal que ninguém pode arrancar dele.
* texto de Amanda Rocha

O Leitor

DALDRY, Stephen. The Reader - 2008

Baseado no livro de Bernhard Schlink, com roteiro de David Hare, corresponde ao gênero drama e sua duração é de 2h 04min. A sinopse do filme assim o caracteriza:

Na Alemanha pós-2ª Guerra Mundial o adolescente Michael Berg (David Kross) se envolve, por acaso, com Hanna Schmitz (Kate Winslet), uma mulher que tem o dobro de sua idade. Apesar das diferenças de classe, os dois se apaixonam e vivem uma bonita história de amor. Até que um dia Hanna desaparece misteriosamente. Oito anos se passam e Berg, então um interessado estudante de Direito, se surpreende ao reencontrar seu passado de adolescente quando acompanhava um polêmico julgamento por crimes de guerra cometidos pelos nazistas.¹

Assistindo ao filme de Stephen Daldry nos deparamos com alguns conflitos morais. As diferenças cultural, de idade e classe econômica entre Hanna e Michael são apenas a ponta do iceberg. A misteriosa Hanna Schmitz nos faz refletir sobre até onde se é capaz de manter um segredo. Hanna, ao ser julgada por trabalhar na SS e permitir que 200 mulheres morressem queimadas em uma igreja, em suas oportunidades de defesa, não assume o fato de não reconhecer a complexidade do trabalho que executava. E, principalmente, não se permite negar sua participação na elaboração do termo de compromisso com a SS, tendo como motivo sua vergonha de não saber ler. Michael Berg, que acompanha o julgamento como estudante de direito, percebe que Hanna não sabia ler, o que explica muitas de suas atitudes e pode mudar o veredicto do juiz. Neste momento questionamos o quão errada ela poderia estar e qual seria a punição mais coerente? O professor de Berg, em uma de suas falas, afirma que “as sociedades pensam que funcionam por conceitos morais, mas não”. Considerando que, segundo a lei, Hanna deveria ser severamente punida pelo crime, por outro lado, se levarmos em conta sua falta de (in)formação, sua pena deveria ser menor. O fato é que nem mesmo Hanna se permite revelar seu mistério. Após dolorosos dias de reflexão, Berg toma sua decisão, não irá comprometer o segredo de Hanna e ela é condenada à prisão perpétua. Este conflito de responsabilidade moral em que Berg se envolveu prova que lei e justiça nem sempre são correspondentes. E que para se julgar um fato é necessário analisar todos os elementos envolvidos, minuciosamente. Concluímos que avaliar as relações humanas e ações por estes realizadas é uma questão muito complexa, que exige reflexão e compreensão das causas e consequências.

¹Sinopse do site: http://www.adorocinema.com/filmes/leitor

*texto de Carolina Ducatti

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Gênero, Sexualidade e Construção Social

Neste tópico iremos desenvolver reflexões referentes à gênero, sexualidade e o contexto social em que estamos inseridos, mesclando as disciplinas de Psicologia da Infância e da Adolescência, Educação e Gênero e Pedagogia Social.

Falemos sobre Sexo

Na aula de Psicologia da Infância e da Adolescência fomos interpelados pela professora sobre um tema acerca do qual julgamos saber tudo: sexualidade. Falar sobre as próprias experiências, lembrar das orientações recebidas (ou não) pelos nossos pais, as experiências solitárias, tudo isso foi lembrado como um ato libertador, às vezes num enfoque engraçado, outras vezes num silêncio constrangido, só pensamentos. Falamos do contexto da sexualidade feminina na época em que o casamento denotava submissão, dedicação aos afazeres do lar e, principalmente, satisfação plena dos desejos sexuais do marido.

Hoje vivemos tempos diferentes, onde homem e mulher já não se prendem a convenções ou relacionamentos onde não se sintam felizes, vemos cada vez mais pessoas se esforçando na busca de uma sexualidade mais saudável, mais livre, sem os bloqueios e as amarras de família e tradições. Na era da informação, de uma medicina sofisticada no ramo dos contraceptivos e dos remédios para disfunção sexual, nada impede a manutenção de uma vida sexual ativa por toda a vida.


Toda essa modernidade não implica necessariamente em estarmos livres também das responsabilidades que o sexo requer. Há que se rever o encontro de algo tão prazeroso com algo que também precisamos, que é o afeto, na busca constante da formação de vínculo, isso sim, essencial para manter saudável o nosso ser psíquico, inteiro, completo.

Nota-se hoje, e é um fator preocupante, o comportamento de tantos adolescentes, tão jovens e vivendo tantas experimentações precoces, ávidos por novidades. Violentam seus corpos, procuram nas drogas, na prostituição, na violência preencher um vazio existencial que os acompanha. Estão tão perdidos quanto seus pais, que têm dado a eles cartões de crédito e carro do ano ao invés de limites e afeto.
* Texto de Amanda Rocha


Coisas de Menina?

Ao observar meus alunos e alunas e suas atitudes ingênuas, instintivas e, algumas vezes, já seguindo tendências esperadas pela sociedade me deparei com uma situação interessante. Meus alunos (meninos) despertaram grande interesse por brincar com uma casinha de bonecas que confeccionei. Demonstrei naturalidade ao permitir que brincassem e, de fato, me senti confortável com a situação. Na fantasia de sua brincadeira os meninos executavam tarefas domésticas comuns, porém com os personagens Ben 10, Batman e Homem-Aranha (talvez eles não se importassem muito com insetos em casa...). Não houveram demonstrações de preconceito, nem pelas meninas, professores e professoras ou mesmo pelos menos das outras turmas. Aliás, a idéia foi adotada também pelos meninos da turma mais avançada. Afinal, existe "coisa de menino" e "coisa de menina"? Até quando as pessoas serão limitadas a viver segundo padrões sexistas criados a tanto tempo que não nos faz sentido pensar neles? Até quando terão que explicar o porquê de suas escolhas ditas diferentes? Ao observar o fato ocorrido em minha escola tive uma sensação muito agradável de que a sociedade pode estar mudando. E as mudanças virão deles e delas, que frequentam as pracinhas, as casinhas e os carrinhos do parque de diversões. Que estão nas escolas para serem preparados para vida social. Moldarão, quem sabe, uma sociedade com menos preconceito e repressão.

Se eu fosse um menino - Beyoncé Knowles

*Texto de Carolina Ducatti

sábado, 24 de outubro de 2009

A responsabilidade moral

Kohlberg e a "Comunidade Justa": promovendo o
senso ético e a cidadania na escola¹

A moralidade tem sido estudada por psicólogos do ponto de vista afetivo (Psicanálise), do ponto e vista comportamental (behaviorismo, teoria de aprendizagem social) e do ponto de vista cognitivista (Piaget e Kohlberg). Uma apresentação dessas teorias está publicada no livro psicologia do Desenvolvimento, de Biaggio (1975; 1988).

Lawrence Kohlberg iniciou publicamente seus trabalhos sobre julgamento moral com sua defesa de tese de doutorado em 1958, na Universidade de Chicago, tendo alguns anos depois se fixado na Universidade de Harvard, até sua morte em 1987, aos 59 anos de idade.

A teoria de julgamento moral de Kohlberg é única pelo fato de postular uma seqüência universal, da qual os estágios mais altos (5 e 6) constituem o que ele chamou de pensamento pós-convencional. Ao contrário da maior parte das explicações sociais e psicológicas, que consideram a internalização de valores da sociedade como o ponto terminal do desenvolvimento moral (perspectivas de Durkheim , Freud e do behaviorismo), para Kohlberg a maturidade moral é atingida quando o indivíduo é capaz de entender que a justiça não é a mesma coisa que a lei; que algumas leis existentes podem ser moralmente erradas e devem, portanto, ser modificadas. Todo indivíduo é potencialmente capaz de transcender os valores da cultura em que ele foi socializado, ao invés de incorporá-los passivamente.

¹Texto de Angela Maria Brasil Biaggio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, trabalhado em aula com a Professora Ms. Sandra Ribeiro

Estágios do Desenvolvimento Moral de Kohlberg

O quadro a seguir apresenta seis estágios propostos por Kohlberg:



domingo, 18 de outubro de 2009

Ilha das (poucas) Flores

No dia 11/09 assitimos com a Profª Ms. Simone Dorneles o documentário "Ilha das Flores" de direção e roteiro de Jorge Furtado:



A partir da leitura do livro Como se Faz Análise de Conjuntura de Herbert José de Souza (1985) fizemos uma análise de conjuntura do documentário:

Atores/atrizes sociais: senhor Suzuki, dona Anete, o dono, as mulheres e crianças.

Cenário: Ilha das Flores

Ações de Força: dinheiro - coexistência - domínio - subordinação


É fundamental perceber o conjunto de forças e problemas que estão detrás dos acontecimentos. Tão importante quanto perceber o sentido de um acontecimento é perceber quais as forças, os movimentos, as contradições, condições que o geraram.

Seminário de Gênero e Educação

Capítulo 1 - A Emergência do Gênero

O grupo formado pelas alunas Ana Cristina, Aline, Giana e Francielle iniciou o seminário de Gênero e Educação falando sobre a importância de se estudar a questão do gênero em sala de aula. O grupo utilizou como atividade de sensibilização o filme "Nem Gravata, Nem Honra" do diretor Marcelo Masagão. Este é um filme de ação e romance sobre as diferenças entre homens e mulheres da pequena cidade de Cunha, com apenas 22 mil habitantes, localizada na divisa dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Os entrevistados, pessoas comuns, inclusive crianças, manifestam a mesma noção de distância de dois mundos, de diferenças essenciais entre os sexos. A diretora Tata Amaral foi uma das realizadoras das entrevistas contidas no filme.
Fonte: http://epipoca.uol.com.br/filmes_detalhes.php?idf=3931

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Capítulo 2 - Gênero, Sexualidade e Poder

O grupo formado por Dione, Roseli, Marise e Camila Blanco apresentou o capítulo 2 do seminário. Como atividade de sensibilização utilizaram o filme "Das Tripas o Coração" da diretora Ana Carolina Teixeira Soares. A sinopse do filme assim o caracteriza:


"Um interventor dirige-se à reunião marcada para as cinco horas da tarde, num internato de meninas onde será formalmente determinado o encerramento das atividades por motivos administrativos e econômicos. Enquanto aguarda os cinco minutos que faltam, tira um rápido cochilo, durante o qual vive fantasias com as mulheres do estabelecimento. Sua imaginação é inicialmente estimulada pela conversa, na cozinha, de duas professoras, Miriam e Renata, sobre as verbas desviadas. Como professor Guido, o interventor se transporta a uma sala de aula, onde discursa sobre o homem, a mulher, a loucura e o moralismo, e passa a viver intensamente todos os problemas do colégio e as loucuras dos professores e alunas. Depois de participar de situações totalmente fora da normalidade, vê-se perseguido pelas serventes, quando o relógio bate as cinco horas e desperta o inspetor. As professoras surgem na sala de reunião, todos se apresentam e a ata que decreta o fim da instituição é assinada."

Fonte: http://www.meucinemabrasileiro.com/filmes/das-tripas-coracao/das-tripas-coracao.asp

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Capítulo 3 - A Construção Escolar das Diferenças

No dia 16 de outubro o grupo formado por Carolina Ducatti, Kelly Costa, Liane Borges e Thais Lermen apresentou seu seminário com o tema "A Construção Escolar das Diferenças". Em um pequeno resumo o grupo apresenta seu trabalho:

"A construção das diferenças ocorre a todo momento na sociedade, mas é na escola que os estereótipos se fortalecem. Esta construção unida a necessidade dos(as) jovens em construir sua identidade, fazer parte de um grupo e destacar-se pode, muitas vezes, não ter um resultado positivo.

O trabalho possui como objetivo refletir e discutir sobre a construção escolar das diferenças, com base no capítulo III do livro “Gênero, sexualidade e educação”, no filme “O Clube dos Cinco” e em pesquisas de fatos reais. Trazemos uma reflexão de que é necessário desconstruir alguns estereótipos induzidos e reproduzidos na escola, tanto por professores (as), quanto pelos (as) alunos (as)."
(texto elaborado pelo grupo)

O seminário desenvolveu-se com a apresentação comentada do filme "O Clube dos Cinco". Escolhemos este filme por ser uma obra rica em conceitos e detalhes sobre estereótipos, diferenças, preconceito, adolescência e relacionamento entre alunos(as) e professores(as). Durante a apresentação do filme discutimos o tema, fizemos um "quiz" e relatamos notícias. Procurei por um trailer legendado do filme, mas encontrei apenas uma apresentação de tributo com trechos legendados. O vídeo não pode ser exibido nos computadores do IPA, pois é um link direto do youtube, site bloqueado pela rede.

O Clube dos Cinco - trechos e trilha sonora (legendado)




A manhã da apresentação foi um tanto agitada. Tivemos problemas com a disponibilidade dos recursos de multimídia, trocamos de sala algumas vezes... Mas, apesar dos obstáculos no caminho, conseguimos alcançar nosso objetivo.

“...E as crianças que você despreza enquanto tentam mudar o mundo são imunes aos seus comentários. Elas sabem bem o que está acontecendo com elas...”
David Bowie

* Texto de Carolina Ducatti

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Capítulo 4 - O Gênero na Docência

No Seminário de Educação e Gênero o grupo de Herbert, Amanda e Priscila desenvolveu o tema "O gênero na docência",com a apresentação de slides que falavam do trabalho do jesuístas como primeiros mestres,a inserção gradativa da mulher na docência e a apresentação do filme "O Clube do Imperador".Numa escola frequentada pela elite americana,leciona História Antiga o professor Willian Hundert (Kevin Kline),professor que entre as histórias dos gregos e romanos tem como objetivo transformar meninos em homens com príncipios morais,homens de sucesso.E eis que surge um aluno ao qual ele dá todas as chances de conhecer esses valores,mas o embate entre o que se quer passar como professor e o que o aluno tem como caráter são a mola para que essa mudança se dê ou não."O fim depende do início",é o lema do brasão da escola,e nos dá a lição do segredo da vida,é que as histórias são feitas de vidas,e vidas são feitas de momentos e atitudes.O que determinará cada momento ,o que definirá cada ação é parte diretamente da educação recebida.
*Texto de Amanda Rocha


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Capítulo 5 - Práticas Educativas Femininas

O grupo formado por Fernanda, Valdir, Letícia e Marcela ministraram o semináruio sobre as práticas educativas feministas. Apresentaram o filme Assistimos ao filme "Minha Vida em Cor-de-rosa" ("Ma Vie en Rose"), de Alain Berliner. O filme relata a história do menino Ludovic que, por admirar uma personagem infantil e seu universo feminino, deseja ser uma menina. Ludovic ainda se apaixona por um vizinho e colega de escola e diz querer casar-se com ele. Neste contexto, suas atitudes chocam todos ao seu redor e a pressão colocada nele pelos adultos confunde seus pensamentos.
* Texto de Carolina Ducatti


Capítulo 6 - Epistemologia feminista


O grupo das alunas Mônica,Liane do Couto,Thaís Gabrielle e Elenita trabalhou em seu tema o filme "O Sorriso de Monalisa". A professora de História da Arte Katherine Watson (Julia Roberts) transferiu-se da Califórnia para lecionar numa escola feminina e tradicionalista do interior,onde deparou-se com moças da década de 50 que eram educadas para casar e ser boa esposas,não tendo outra ambição além dessa. Num primeiro momento,as alunas agiram com uma certa hostilidade e até competitividade com a professora,fazendo especulações também sobre sua vida pessoal. O objetivo de Katherine ali era desconstruir o que suas alunas decoravam,abrir suas mentes para novas concepções e dar a elas um mundo novo,mais ousado ,que começou a incomodar muito a direção da escola. Em plena década de 50,época em que as mulheres eram educadas para casarem-se e ser apenas esposa e mães,uma professora que estimulasse a busca de uma carreira era considerada no mínimo subversiva. Casar-se era sinônimo de status,e algumas dessas tão talentosas moças sublimaram o desejo de realização profissional para seguir o que a sociedade impunha,muitas vezes se escondendo num casamento de fachada. O papel de Katherine foi interferir profundamente em suas histórias,encorajando-as na busca de seus reais sonhos,tornando-as diferentes quando deixou a instituição.
* texto de Amanda Rocha

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

III Congresso Latino-americano de Gênero e Religião

Participamos no dia 18 de setembro de 2009 do III Congresso Latino-americano de Gênero e Religião, sobre o tema "[Est]ética e Direitos Humanos". Realizado na EST Faculdades de São Leopoldo. Sob a responsabilidade da Profª. Ms. Simone Dorneles, que ministra a disciplina de Educação e Gênero.

Foi uma experiência muito produtiva. Tivemos a oportunidade de participar do debate promovido pelos palestrantes. Entre as principais idéias discutidas destacamos a importancia do diálogo intercultural, de discutir a exclusão e de libertar-se do sexismo. Não há espaço na sociedade para refletir sobre a exclusão e sobre o multiculturalismo, pois este diálogo pode ser difícil por mexer com idéias cristalizadas em cada um de nós. Precisamos também acabar com as sutilezas excludentes, que promovem uma exclusão subordinada.

Além das palestras e do debate, a turma se divertiu muito e tivemos neste evento a oportunidade de ampliar nosso vínculo. Foi um momento de confraternização e socialização de pensamentos. Também fizemos um lanche coletivo no ônibus no caminho de volta para Porto Alegre.
* Texto de Carolina Ducatti

Fotos:

Turma e professora indo para São Leopoldo

Cultura e diversidades culturais

Conceito: Cultura

Cultura é, em Antropologia Social e Sociologia, um mapa, um receituário, um código através do qual as pessoas de um dado grupo pensam,classificam,estudam e modificam o mundo e a si mesmas. As regras que formam a cultura permitem relacionar indivíduos entre si e o próprio grupo com o ambiente onde vivem.
É necessário considerá-la como um importante instrumento para compreender as diferenças entre os homens e as sociedades e o potencial que cada cultura encerra,como elemento plástico,capaz de receber as variações e motivações de seus membros,bem como os desafios externos.
*Texto de Amanda Rocha
Fonte:
  • MATTA, Roberto. Você tem cultura?

Conceito: Multiculturalidade

Em aula com a professora Eunice Nonato construímos e discutimos o conceito de multiculturalidade.

Multi = vários/diversidade

Cultura = conjunto de aspectos que caracterizam a identidade de um povo, entre eles: conhecimentos, linguagem, religião, etnia, arte, etc...

Multiculturalidade então é a diversidade cultural. É o reconhecimento das diferentes culturas existentes em nosso mundo.


Acreditamos que o estudo da multiculturalidade provoca a reflexão sobre o respeito que devemos às diferenças. Assim como estudamos na EAD de Sociologia, com o professor João Paulo Aço, em um mundo cada vez mais globalizado nos deparamos com a desconstrução cultural, principalmente dos povos menos desenvolvidos. Pois os países com maior poder aquisitivo impõem às demais nações sua cultura como um ideal, como um sinônimo de evolução. Por isso é necessário pensar e discutir o multiculturalismo, visando a inclusão social.
*Texto de Carolina Ducatti


Conceito: Interculturalidade

A questão da diversidade cultural passa a ser tema de interesse de cientistas sociais a partir do processo de descolonização ocorrido na África, América latina e Ásia, com o fluxo numeroso de emigrantes vindos das ex-colônias para o continente europeu. A partir do momento em que a sociedade européia se forçava a convivência com o "outro" inserido em seu meio e usufruindo de suas instituições surge o conceito de interculturalidade, que é usado para indicar um conjunto de propostas de convivência democrática entre diferentes culturas, buscando a integração entre elas sem anular sua diversidade.


O termo interculturalidade saiu do contexto educacional e ganhou maior amplitude ao referir-se também às práticas culturais e políticas públicas. Devemos aqui diferenciar este termo de outro também em bastante uso no estudo da diversidade cultural que é o da multicuturalidade que indica apenas a coexistência de diversos grupos culturais na mesma sociedade sem apontar para uma política de convivência.
* Texto de Amanda Rocha

fonte: INTERCULTURALIDADE (Luciana Machado de Vasconcelos) http://www.blogger.com/www.cult.ufba.br/maisdefinicoes/INTERCULTURALIDADE.pdf%20-